HOMEM ERRANTE

HOMEM ERRANTE

- uma face contemporânea do "eu".


venho de me refazer, e me refazer!

meio fênix, meio gato morto. ora respeitado - se é possível !- ora chutado. reciclando a vida quando chego a meio palmo da queda.
há em mim farpas de uma cruz que nem levei.
perguntamos a nós mesmos, se humanos - como pressupomos- espelhamos nos outros nossa humanidade; ou se nos achamos únicos, supremos. a alma humana disto precisa e disto se farta: egocentrismo ! faz-se de si mesma advogado e promotor publico. Em suas andanças, tanto ajunta que nada consegue carregar, e se vai depois de tanto ver, mas nunca se olhar no espelho.
inútil é questionar; não há respostas, e se há são em conserva, enlatadas: clichês e lugares comuns; velhas opiniões formadas, preconcebidas, para dizer sem nada explicar. moldes de estereótipos ! a virtude da individualidade nos foi suprimida, o pensar foi abolido pela propaganda apologista de uma humanidade passiva e consumista. somos capatazes e escravos de um latifúndio virtual. nossa oca virou taba, nesta aldeia global. massificados, nos enchemos do suplemento material com que a mídia nos afoga.
a aproximação advinda do avanço tecnológico não é prejudicial! o problema reside na venda de um "pacote" de hábitos made in USA, que fossiliza a diversidade cultural, disseminando uma arte pobre em variedade, e voltada exclusivamente para o lucro.
hoje, temos uma geração habituada ao "reflexo condicionado", onde o código de iniciação se baseia numa frase : o que você tem, e o que temos para você !
ostentação é a nova palavra de ordem. onde jovens cujo poder aquisitivo é baixíssimo, possam de pop star, numa psicodélica afloração de etiquetas de marcas que fazem alusão a status e poder, num mundo onde casa com reboco e rede de esgoto é luxo ! ou seja, são garotos propaganda justamente do sistema que os explora, os marginaliza, os excluí, e por fim os descarta. ainda estamos pagando em boletos as parcelas do cruzeiro que fizemos no navio negreiro - uma viagem sem volta, diga-se !!!!!! será que a "roda do esquecido" deu resultado mesmo? o momento parece indicar que sim : perdemos a vontade de lutar, o gosto pelo ideal, a noção de nossa realidade, o senso de justiça, a visão da linha entre o que é legal e o que é moral. teríamos perdido isto tudo entre as tábuas do porão ?ou nos foi retirado deliberadamente ? pois que estamos inclinados a concordar: somos gado de corte, descartáveis.. enquanto massa de consumo, até servimos para gerar o lucro que sustenta o luxo burguês, somos mão de obra barata; enquanto membros da coletividade, somos, quando manipuláveis ( sempre o somos ), logo, usados para com o voto darmos legitimidade a manutenção do poder por uma elite corrupta , indiferente a nossas carências e alinhada com os interesses econômicos das grandes potencias e suas poderosas multinacionais.
resta versar, na esperança de que um dia a vida imite a arte, e façamos um caminho de volta aos valores esquecidos, á justiça e a igualdade, á inclusão e a tolerância. quem sabe uma reflexão sobre nossa efemeridade, nos induza a compreensão de grandeza que há na humildade de ver a todos, como iguais, e como amigos, tratando-nos mutuamente ...como irmãos !!!!




Homem Errante





Pobre homem, qual fumaça

Vem e passa, sombra cinza

Com o vento, desatento

É produto, do reduto

Em que vive, sobrevive

Oprimido, bitolado

E calado Os regente, desta gente

Deste homem, os consomem

Os descartam

Quando muito, os reciclam

Quase sempre, são cremados

Viram cinzas, escória E fumaça...



Pobre homem, não tem nome

Indigente, vai em frente

Com o vento

Que errante, vai avante

Qual menino

Sem destino...

É fumaça,

Solta no ar!



http://www.recantodasletras.com.br/e-livros/1391285

httpsw:ww.clubedeautores.com.br/book/77250--cartas_nauticas#.VJLhSOO8A7p

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