BÁRBARO OU CIDADÃO

BÁRBARO OU CIDADÃO
Vivemos um momento crítico em nossa sociedade. A criminalidade assume as mais diversas formas; mata-se por arma de fogo, mata-se por omissão. Mata-se indiscriminadamente, em larga escala. A humanidade é uma espécie matadora!
Em muitos casos, a mesma desculpa: não é comigo! África, o oriente médio. Doenças, fome, escravidão humana; e os lideres usam a justificativa de não estar acontecendo em sua jurisdição legal. Fazem das fronteiras explicações para o descaso!
E por aqui, a criminalidade propriamente dita. Com a agravante da crescente onda de crimes cometidos por menores de idade. Aqui e ali surgem vozes descontentes com a inércia dos governantes, reticentes e adotar medidas que garantam a não impunidade dos criminosos.
Como de hábito, nestas horas se levantam vozes com uma mensagem dissimulada que soa perniciosa e mal intencionada. Tenta ela justificar a anarquia e a justiça pelas próprias mãos. Aqui se separam dois estágios da existência humana, a barbárie e a civilização.
O conceito de civilização, ao contrário do que alguns deduzem, não se faz entender por conquistas técnicas e realizações de avanços nas diversas áreas sociais, econômicas e culturais. O pilar da civilização está no entendimento do direito, da justiça e do juízo. O que difere uma civilização é o amadurecimento da noção de igualdade entre seus membros. O contrário disto é a barbárie, e nela, vigora a lei do mais forte.  Entre a civilização e a barbárie há uma tênue linha divisória e é uma temeridade “empurrar” os limites, mesmo que só um pouquinho, pois quando se cria um precedente, se abre uma porta, e sabem-se lá as consequências...
Ceder à tentação de agir por contra própria, ou mesmo consentir que alguém o faça, é abrir mão de nossa maior conquista enquanto grupo social organizado: a justiça! Nela e por ela nos mantemos, e nela buscamos um caminho que nos conduza a paz social. Fora dela, nada se sustenta.
É isto que nossos governantes precisam perceber que não temos a justiça por imposição, mas optamos por ela, desejamo-la, e merecemo-la; que todo poder instituído vem do povo e para o povo; e que não desacreditamos nas instituições, na lei e na ordem, mas que sim, um grito sufocado queima na garganta, questionando a todo tempo: onde estais vós, que vos dizeis guardadores de nossos valores máximos? Onde está o mundo que vos paguei para construir?
No canto do paiol, minha velha espada enferrujada me chama saudosa. E metade de mim me acusa de comodismo, de conivência, e de omissão. Uma centelha de bárbaro crepita em mim, me sinto tentado a empunhar a sangrenta lâmina e cobrindo os vales de sangue, reescrever minha história, embriagando-me do vinho que não produzi, fazendo-me temido e respeitado. Mas outra metade de mim me repreende: tolo, seguir esta vereda, é descrer, em seus pais, em seus ideais... Em ti mesmo! “o mundo nunca será bom, se decidires ser ruim”
Kiko dos Santos
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